sexta-feira, novembro 30, 2007

(Pensamento) Mentiras e Verdades

Normalmente as mentiras acabam por doer sempre mais do que as verdades. Enquanto que uma verdade dolorosa se pode perdoar, uma mentira indolor acaba sempre por arrasar tudo o que era dado como adquirido.

(Poema) Preciso de Alguém

Preciso de alguém que me dê a mão,
que não me deixe afundar
e que me cure a desilusão.

Preciso de alguém que me ouça falar,
que me traga alguma luz
e que me deixe desabafar.

Preciso de alguém que me faça sorrir,
que me limpe as lágrimas
e que me embale para dormir.

Preciso de alguém que me ajude a levantar,
que me liberte da tristeza
e que me ensine a voar.

Preciso de alguém que me tenha paixão,
que não me deixe desistir
e que me conquiste o coração.

(Comentário) Sonhos Errados

Já vivi sonhos errados, com pessoas erradas, nas alturas erradas. Quando irei perceber o óbvio? Está mesmo à frente do meu nariz...

(Pensamento) O Tempo

O tempo é a única dádiva da vida que nos é oferecida de forma igual. Nenhuma distribuição é tão justa e imparcial como esta.

Dar-lhe o uso certo está nas nossas mãos. Desperdiçá-lo deveria ser considerado uma heresia.

(Pensamento) Amores Únicos

Há pessoas que esperam uma vida inteira pelo único amor que um dia conheceram. Não são apenas fiéis ao ser humano mas também ao sentimento e resistentes ao tempo. Pessoas únicas para amores únicos.

quinta-feira, novembro 29, 2007

(Poema) Quien Eres Tú?

Quien eres tú
que me lees
de tan lejos
y de forma
tan regular?

Que hambre
es esa
de las palabras
que voy escribindo
cerca del mar?

Quien eres tú
de tierras de Vigo
que te acercas de mi
y me dejas
a pensar?

Quien eres tú?

(Pensamento) Família

A família não é necessariamente a base para uma vida feliz. Mas uma família pode dar um sentido à vida como poucas outras coisas podem. E sobre esse sentido é sempre mais fácil construir uma vida feliz.

(Comentário) Caminhos

O caminho por onde sempre andaste não é de todo aquele onde quero estar um dia.

(Comentário) Dúvidas

Não tenho dúvidas. Sei o que sinto, sei onde errei, sei até porque errei, mas também sei que sou capaz de fazer muito melhor. Porque aprendo, sinto, sofro, amo, sou simples e um bom Homem.

(História) Pedras Perdidas

Num mundo de águas e areias vivam duas pequenas pedras do mar. Uma, muito branca e redonda, habitava as profundezas do oceano. A outra, preta e de formato mais oval, fazia a sua vida no constante quebrar das ondas, onde o sal mais se fazia sentir.

Tanto uma como a outra, necessitavam da água para viver pois eram ambas simples pedras do mar. Existiam já há centenas de anos e nunca tinham conhecido outro local para além daquele que habitavam. Sonhavam um dia conhecer o resto do mundo e com isso encontrar uma ajuda para atingirem os respectivos objectivos de vida.

Tinham objectivos idênticos na essência, mas opostos no resultado. Sonhavam um dia poder alterar a sua cor - a branca para uma cor mais forte e escurecida, e a preta para uma cor mais aberta, mais suave.

Sofriam também de um mal comum: da enorme tristeza de viverem sós, da carência, da falta de companhia e de apoio, das palavras reconfortantes e de um amor inexistente. Sofriam ambas da solidão.

Mas um dia as suas vidas comecariam a mudar. Anunciavam agora, por todos os reinos do oceano, que estava para chegar a Fada dos Desejos e com ela, a dádiva de oferecer a cada habitante um desejo escolhido por eles.

No entanto, esse desejo não poderia ser escolhido função de um qualquer interesse oportunista, mas sim função de um sonho presente na vida de cada um.

Quando chegou a vez de cada uma das pedras, ambas pediram para mudar a sua cor, de acordo com o sonho que tinham. Era de facto um desejo antigo, mas o pedido não foi aceite desta forma. A Fada deu-lhes antes a capacidade de se moverem na água para que finalmente pudessem procurar aquilo que lhes faltava. E, ao dar-lhes essa capacidade, fez por elas muito mais do que na altura ambas poderiam imaginar. Haveriam um dia de alterar a sua cor e ao mesmo tempo acabar de vez com a solidão.

Depois do encontro com a Fada dos Desejos, puderam finalmente por-se a caminho da descoberta dos outros mundos. Uma saindo das profundezas do oceano e outra mergulhando um pouco mais no mesmo.

No curso dos caminhos inversos que ambas faziam, chegou o momento em que se cruzaram... estavam agora estupefactas a olhar para a cor que cada uma tinha, pois no fundo, era parte da cor que ambas queriam para misturar.

Percebiam agora que estavam perante um complemento das suas necessidades e, ao mesmo tempo, perante a supressão das carências de ambas.

Assim, as pedras, antes perdidas, encontraram-se finalmente para se fundirem numa só, maior, mais sólida, e para o resto da eternidade.

(Pensamento) Pequenez

Há momentos em que a injustiça, a arrogância e a prepotência dos outros nos fazem sentir seres bem pequeninos. A pequenez nem sempre é genética. Por vezes é resultado da malvadez de terceiros.

quarta-feira, novembro 28, 2007

(Comentário) Já Nos Fizemos Mal Demais

Já nos fizemos mal demais...

Insultamos o respeito, atropelamos a amizade, destilamos o amor, queimamos a dedicação, dilaceramos a dignidade, trituramos a admiração, abandonamos o cuidado, largamos a preocupação, agredimos o carinho e deixamos cair o apoio.

Já nos fizemos mal demais.

terça-feira, novembro 27, 2007

(Comentário) Amigos

Tenho a certeza de que poucos se podem gabar de ter verdadeiros amigos.

Amigos que colocam por vezes a nossa vida à frente da deles, por momentos grandes ou pequenos, dependendo das dificuldades por que passamos.

Amigos que, ao fazê-lo, pagam caro nas suas vidas pessoais essa escolha altruísta.

Amigos que assumem o prejuízo pessoal da escolha, sem que nos cobrem posteriormente essa dedicação temporal.

Amigos que não "picam o ponto" apenas porque vai ficar bem.

Amigos que dão porque sentem prazer em nos ver bem e sofrem sempre que estamos mal.

Amigos que arrastam a família nesta atitude humana para com o seu semelhante.

Tenho mesmo a certeza de que poucos se podem gabar de ter verdadeiros amigos. Eu, nestes últimos quatro anos, fiquei com a prova de que sou um dos iluminados por estas estrelas do céu.

Nota:
Este texto é para ti, tu sabes. Por me teres apoiado e amparado tanto, quando eu não tinha nada para dar (sem precisarmos sequer de falar ou de chorar), e com isso me teres devolvido a dignidade e o amor próprio.

Deste-me a oportunidade de um dia voltar a ser feliz.

Conta comigo, hoje e sempre, porque vives dentro de mim.

(Pensamento) Viver é Uma Arte

Viver é uma arte. Uma arte onde temos obrigatoriamente de trabalhar o respeito, a honestidade, a consideração, a frontalidade, a compreensão, a ajuda, o apoio, a relativização, a desculpa, a humildade, a franqueza, a amizade, o amor, o perdão e a camaradagem.

Na arte de viver, são estes alguns dos factores que nos irão ajudar a criar e a manter uma família, que se quer unida em torno de um objectivo, feliz no dia a dia, pronta para enfrentar dificuldades e capaz de viver em harmonia.

A vida tem-me ensinado muita coisas nos últimos meses, e hoje sei dar um valor ainda maior à arte de viver bem.

segunda-feira, novembro 26, 2007

(Comentário) Galdérias

Há mulheres que passam de admiráveis a galdérias em apenas um segundo. É obra.

(Comentário) Mentiras

Há mentiras que nos dilaceram a alma
e mentiras que nos trespassam o coração,
há mentiras que nos ferem o orgulho
e mentiras que nos arrasam a gratidão.

Mas no final
todas essas mentiras
destroem o agressor,
porquanto já sem máscara
essa sua nova cara
é um elemento libertador.

domingo, novembro 25, 2007

(Comentário) Sem Abrigo

Pobres dos homens sem abrigo, à mercê das intempéries e de tantas outras maldades, solitários na sua ausência de rumo, de calor humano, de atenção e de compreensão, de carinho e de umas míseras palavras de conforto.

Pobres dos homens sem abrigo, à mercê do nosso desdém e da nossa pena, sózinhos num mundo que lhes é agreste, desconfortável, que os rejeita e coloca de parte, como se de doentes epidémicos se tratassem.

Pobres dos homens sem abrigo, que outrora tiveram mundo, casa, amigos e família, rotinas, emprego, alimentos, cuidados, roupas e condições minimamente dignas de se ser um ser humano.

Pobres do homens sem abrigo, muitos deles inteligentes, que olham hoje para um outro mundo, fora do deles, que se movimenta no paralelismo das suas vidas e que os atropela constantemente na tentativa vã de os fazer desaparecer.

Pobres dos homens sem abrigo, agora ignorados pelo seu semelhante, humilhados pela vida decente dos seus irmãos e afastados pela ordem de uma sociedade que não contempla lugar para semelhantes pessoas.

São a estes sem abrigo que me dirigo na rua, com os quais gasto tempo, palavras e algum dinheiro, nunca muito, mas o suficiente para terem um dia diferente.

E são estes sem abrigo que agora fito nos olhos e que, a cada momento desses, consigo ler dentro das suas almas muito mais do que algum dia imaginei.

Eu estou do lado deles, e vocês?

(Poema) O teu Encanto

O teu encanto perdeu-se
à medida que fui sabendo quem tu eras
e a tua imagem acabou por se transformar
em algo que eu não podia suportar.

O teu encanto perdeu-se
com as mentiras que foste semeando
e a tua imagem acabou por se transformar
em algo que eu não podia admirar.

O teu encanto acabou por se ir perdendo.

sexta-feira, novembro 23, 2007

(Dissertação) Momentos Decisivos

Por diversas vezes, as mudanças exteriores que se dão à nossa volta colocam-nos perante desafios ou encruzilhadas que nos obrigam a reavaliar o nosso rumo e a tomar decisões função das mudanças que se nos deparam.

Não raramente, essas avaliações colocam-nos perante a necessidade de ajustar os nossos caminhos, procurando formas alternativas de, mesmo assim, atingir os objectivos a que nos propusemos.

No entanto, aqui ou ali, as mudanças são de tal forma tão radicais, que colocam em causa o atingir dos mesmos, pelo menos com os meios e pessoas que tinhamos antes pensado.

A vida, por não ser estática e por não depender apenas de nós (porque envolve sempre terceiros), altera frequentemente várias variáveis que fogem ao nosso controlo.

E a reacção a todas estas mudanças coloca-nos por vezes perante momentos decisivos.

Momentos onde as nossas decisões farão certamente ajustar os nossos rumos por forma a continuar no caminho dos nossos objectivos iniciais, ou alterar de forma radical o resultado final.

Decisivos porque uma alteração ao resultado final esperado nos coloca definitivamente fora do caminho inicial e nos obriga, muitas vezes, a alterar os meios e os recursos no caminho que pretendemos nos leve ainda aos objectivos definidos, ou a estabelecer inclusivé novos objectivos, invalidando assim por completo todo o caminho construído até então.

São, em definitivo, momentos decisivos.

Não conheço pessoa que goste de ser colocada numa posição destas. Mas conheço pessoas que não se acobardam perante estes desafios e os encaram até como novas oportunidades que a vida nos dá para refinar objectivos iniciais.

Mesmo por obrigação, e se com a atitude certa, o refinar de objectivos pode ser visto como uma oportunidade de melhorar.

Ninguém escolhe as dificuldades (apesar de poderem ser semeadas ao longo da vida), as vicissitudes ou as desgraças que a vida nos impõe. Mas todos sabem que estão sempre sujeitos a elas, porque não há forma de as controlar.

Assim, da mesma forma que os momentos decisivos são normalmente fruto de alterações externas, a maneira como reagimos às mesmas é fruto da nossa consistência interna.

E a nossa consistência interna assenta nas bases que fomos construindo dentro de nós ao longo da nossa vida.

Importa aqui perceber que o nosso carácter, a nossa força, a nossa resistência à adversidade, a nossa maturidade, a nossa atitude, a nossa postura e a nossa coragem serão chamadas a actuar e serão determinantes em cada momento decisivo.

E a solução encontrada para esse momento decisivo depende, na sua grande parte, das características de que somos feitos.

Trabalhemos então, todos os dias, a nossa base interior, porque aqui ou ali, ela será chamada a actuar e será determinante na construção de cada novo caminho.

Sempre acreditei que a mudança é uma dádiva da vida. Estejamos então bem preparados para ela.

quinta-feira, novembro 22, 2007

(Comentário) Ser Feliz

A vida tem-me mostrado que a maior parte das pessoas quer "ser feliz" e não "fazer alguém feliz"... e quando o egoísmo chega a este ponto, é natural que com o tempo tudo falhe à nossa volta.

(Poema) Já Me Senti

Já me senti amado,
já me senti cuidado,
já me senti
protegido, amparado e idolaterado.

Já me senti ignorado,
já me senti desrespeitado,
já me senti
coagido, torturado e espezinhado.

Já me senti um senhor,
já me senti um motivador,
já me senti
um rei, um sonhador e um mentor.

Já me senti um destruidor,
já me senti um estorvador,
já me senti
um impeçilho, um impostor e um ser inferior.

quarta-feira, novembro 21, 2007

(Pensamento) Alturas Certas

O ser humano tem uma capacidade limite para a dor, seja ela física ou emocional, a partir da qual não consegue sofrer mais. Assim, a melhor altura para acumular uma má notícia ou mais um problema grave, será sempre quando já estamos no limite da mesma.

(Pensamento) Adultos

Há vezes em que, de uma pessoa adulta, nada se aproveita.

(Pensamento) Palavra

Um dos nossos mandamentos deveria ser Falar. Não há nada mais triste do que deixar de usar a palavra. E numa grande parte dos casos, concluir seja o que fôr sem perguntar é precipitação.

(Comentário) Futuro

O futuro deixou de nos abraçar... empurrou-nos antes para dimensões distintas, que não se intersectam em nenhum ponto.

(Pensamento) Saber Aceitar

Aceitar uma fatalidade não é sinónimo de desistir. Muitas vezes é saber seguir em frente.

(Pensamento) Aquela Rocha

Mesmo no meio de um imenso oceano é possível encontrar a nossa rocha.

(Pensamento) Desespero

Só mesmo o desespero do momento nos faz querer ouvir terceiros a todo o custo, na tentativa de inverter um processo com destino já traçado.

(Poema) Faz Comigo

Faz bolas de sabão comigo...
ri, canta, dança e salta.

Faz desenhos nas paredes comigo...
fala, grita, mexe e abraça.

Faz castelos de areia comigo...
aproveita, constrói, acredita e agradece.

Faz sonhos de algodão comigo...
ama, cuida, recebe e oferece.

Faz broas de mel comigo...
acredita, aposta, aceita e investe.

(Pensamento) Rosa

A vida nem sempre é um mar de rosas. Às vezes parece-me mais uma rosa no meio de um interminável mar.

(Comentário) Notícias

Por vezes as piores noticias são as que nos doem menos. Será da anestesia do momento ou da libertação que provoca?

(Pensamento) Vontades e Realidades

Há vontades que se tornam realidade e realidades que não passam de vontades.

(Pensamento) Nós Próprios

Às vezes é precisa muita coragem para sermos nós próprios. Mas não me lembro de outra forma de morrermos em paz.

(Comentário) À Tua Espera

Fico à tua espera...

hoje...

...como fico todas as noites,
à espera que me ampares nos teus braços
e me mostres que todo este pesadelo
foi apenas um sonho mau.

segunda-feira, novembro 19, 2007

(Pensamento) Diferenças

Há quem faça a diferença na vida de alguém e há quem faça a vida de alguém diferente.

(Pensamento) Mão

Às vezes uma mão tem muito mais do que cinco dedos.

domingo, novembro 18, 2007

(Pensamento) Meia Hora

Meia hora,
é o tempo que demora
a deitar uma vida inteira
pela borda fora.

Apenas meia hora...

(Dissertação) Rumos

São os rumos, ou a falta deles, que nos vão determinando, dia após dia, o caminho das nossas vidas.

E pode esse trilho estar mais perto ou mais longe dos objectivos que traçamos para nós, consoante fomos trilhando rumos que nos aproximaram ou afastaram dos mesmos.

A falta momentânea de um rumo é frequentemente responsável por diversos afastamentos aos nossos objectivos de vida. Porque sem um rumo definido, as nossas acções vagueiam num espectro mais amplo e por vezes são responsáveis por trilhar caminhos contrários aos que desejamos.

A falta de um rumo deixa-nos à deriva e ao sabor de movimentos e direcções que, sendo muitas vezes da nossa responsabilidade, não estão alinhados com um plano.

Podemos chamar, ao conjunto de rumos que traçamos para a nossa vida, de plano, plano que nos poderá conduzir aos nossos objectivos.

Mas um plano ainda é mais do que isso.

A cada rumo traçado devemos associar um conjunto de acções que nos garantam a permanência no mesmo e um conjunto de acções perigosas que certamente nos afastarão da sua direcção.

Não precisamos de planos detalhados e complicados, mas sim de linhas mestras de actuação. Com elas evitamos muitas vezes precipitações que nos alteram ou fecham mesmo alguns caminhos.

As precipitações e as acções não ponderadas são quase sempre responsáveis pelas enormes distâncias entre o local onde estamos e o local para onde pretendemos ir.

E porque tudo o que não é ponderado tem impacto muitas vezes negativo em terceiros e, por sua vez, esses terceiros podem ter impacto sobre o caminho das nossas vidas.

Os terceiros funcionam várias vezes como elementos facilitadores ou como elementos dificultadores nas direcções que pretendemos tomar.

Não precisamos de nos subjugar à vontade de terceiros, mas podemos sempre evitar que se tornem elementos dificultadores activos. Basta para isso que pelo menos todas as nossas acções que sobre eles podem ter impacto, tenham sido ponderadas de forma antecipada.

Chegar com sucesso aos nossos objectivos de vida é sempre uma tarefa árdua e está sujeita a inúmeros factores que não controlamos, mas a existência de rumos é, definitivamente, um passo de gigante na sua direcção.

(Poema) Tudo És Tu

Olho o sol
e lembro o teu sorriso,
sinto o vento
e relembro os teus cabelos,
vejo a lua
e só peço a tua mão.

Olho o mar
e lembro a tua alegria,
sinto o calor
e relembro o teu corpo,
vejo as ondas
e só peço o teu coração.

Olho a paisagem
e lembro o teu rosto,
sinto a maresia
e relembro o teu perfume,
vejo as conchas na areia
e só quero a minha ilusão.

Tudo és tu.

(Poema) Em Mim

Olha para mim,
deixa de lado o orgulho,
abre a tua alma
e sente-me com muita calma.

Vê dentro de mim,
lê bem os meus olhos,
dá valor às suas palavras
e deixa que elas abram alas.

Volta para mim,
ampara-me nos teus braços,
vem no teu vagar
e vamos namorar.

Toca em mim,
sente o meu amor,
dá-me a tua mão
e eu dou-te o meu coração.

sexta-feira, novembro 16, 2007

(Comentário) Ingratidões

Há pessoas que esquecem depressa o passado.

Renegam as memórias, na ânsia de as esquecer e de não as ter de reconhecer perante outros. Minimizam acontecimentos, na vontade férrea de lhes tirar o peso que sempre tiveram. Dizimam pessoas que amaram, na esperança de que o seu valor se dissolva na água. Vitimizam-se a toda a hora, achando que assim se acabarão por convencer que os erros apenas pertencem a terceiros. Tornam-se fatalistas, para que as conclusões dos desfechos sejam sempre um apontar de dedo.

Mas choram, todos os dias, pelas mentiras em que se obrigam a acreditar. Porque, mesmo os loucos, aqui ou ali, têm rebates de consciência.

Há pessoas para as quais o passado é apenas o que interessa mostrar.

quinta-feira, novembro 15, 2007

(Comentário) O Erro é Meu

O erro é meu...

Por vezes não vejo, não sinto, não ouço, não leio, não percebo, não entendo, não crio, não imagino, não aceito, não desisto, não caio e não sonho.

E quando cai o "não", vejo mal, sinto ao contrário, ouço distorcido, leio errado, percebo torto, entendo lento, crio disforme, imagino monstros, aceito contrariado, desisto tarde, caio desamparado e sonho acordado.

O erro só pode ser meu.

quarta-feira, novembro 14, 2007

(Poema) Todos Têm Direito

Todos têm direito...
ao calor do raio de sol,
ao cheiro da maresia,
ao toque da chuva
e a um livro de poesia.

Todos têm direito...
a proteger o seu lar,
a defender a sua moral,
a ajudar quem precisa
e a alterar o que está mal.

Todos têm direito...
a não desistir do caminho,
a um dia poder sonhar,
a criar o seu rumo
e a nunca ter medo de lutar.

Todos têm direito...
a uma profissão digna,
ao amor dos filhos,
ao carinho da esposa
e à atenção dos amigos.

(Comentário) Coragem

Onde vais buscar tanta força para te agarrares ao teu sonho?
Onde encontras a esperança no meio de tantas desilusões?
Onde constroís tu a fibra de que és feita?
Onde arranjas a palavra que motiva quem te desdenhou?
Onde fabricas a espada com que sempre me defendes?

Porque esperas o milagre no meio das tormentas?
Porque aguardas pela vitória sempre em pé?
Porque me cultivas o amor apesar de longe?
Porque acertas nas decisões para cada momento?
Porque me encantas com o teu desacerto?

Coragem!

(Poema) Deixa-me Sossegado

Deixa-me sossegado
saber que a decisão foi tua
saber que não foi precipitada
e que a verdade não ficou nua.

Deixa-me sossegado
saber que estás bem
saber que seguiste outro caminho
e que não ficaste refém.

Deixa-me sossegado
saber que de nada sentes falta
saber que afinal não te perdeste
e que estás com a moral alta.

Deixa-me sossegado
saber que te equilibraste
saber que nada ficou pendente
e que tudo minoraste.

Deixa-me sossegado
saber que nada ficou por dizer
saber que o amor já não atrai
e que já não há nada a fazer.

Deixa-me sossegado
saber que não era o homem certo
saber que não há amargura
e que não estarás por perto.

Deixa-me sossegado
saber que agora posso seguir um outro rumo,
trilhado em paz, sem um peso e um fio de prumo.

terça-feira, novembro 13, 2007

(Comentário) Daniel

Encontro-te ali, todos os dias, à mesma hora...

Chegas no teu fantástico cavalo de rodas, com o teu enorme colar branco, iluminado pelos teus lindos 8 anos e confias-te, como eu, às mãos de quem nos sabe tratar.

Lembras-me o meu filho Miguel...

Admiro a coragem com que tu encaras todo aquele ambiente de adultos, frio na aparência mas quente na atenção e cuidado.

Falamos muito. Todos os dias te dedico vários minutos de um tempo que nunca tenho. E todos os dias rezo para que Deus te permita recuperar todos os movimentos que um carro em velocidade teimou em tirar-te.

Penso que és um exemplo para muitos. Para mim és. Pela tua bravura - com a qual de alguma forma sabes o que tem de ser. Mostraste-me que os meus problemas são bem relativos quando comparados com os teus.

Eu estou lá. Estive ontem, estou hoje e estarei amanhã. Contigo.

Este texto é para ti querido, e para todos os meninos que estão como tu.

segunda-feira, novembro 12, 2007

(Poema) Alguns Minutos

Alguns minutos...
para mudar a minha vida.

Entra por essa porta
e diz que me adoras,
entra hoje por essa porta
e diz que a esperança não está morta.

Entra pelo meu vagar
e diz que sentes a minha falta,
entra já pelo meu vagar
e diz que não sabes parar de me amar.

Entra pelo meu mundo
e diz que de lá não sais,
entra agora pelo meu mundo
e diz que não me deixarás muribundo.

Entra pela minha alma
e diz desculpa pelo passado,
entra devagar pela minha alma
e diz que me vais honrar com uma vida calma.

Apenas alguns minutos...
para mudar toda a minha vida.

domingo, novembro 11, 2007

(Poema) O Teu Tempo Passou

O teu tempo passou,
a nossa janela já fechou,
fica o que houve para recordar
ou até para deixar queimar.

Nada mudará o entretanto,
nem o sol, nem o teu encanto,
rasga as minhas cartas e postais
porque eu não te vou ter mais.

Esquece os sonhos e as promessas,
porque em minha alma morreram essas,
tu reduziste a pó todo o nosso futuro
e em seu lugar construiste um grande muro.

O teu tempo passou,
o nosso relógio já parou,
deixa cair toda a minha esperança
porque de outro sonho nascerá nova bonança.

Nada mudará a desilusão,
nem o arco íris, nem o teu coração,
abandona os caminhos que ainda temos em comum
porque a coragem de lutar foi só de um.

Esquece os castelos e os cavaleiros,
porque os tempos que me deste foram matreiros,
e a crueldade de toda esta maleita
mostraram de que fibra tu és feita.

O teu tempo, de facto, já passou.

sábado, novembro 10, 2007

(Pensamento) Realidade

Para os loucos sonhadores, a realidade às vezes consegue ser mesmo um grande contratempo.

quarta-feira, novembro 07, 2007

(Pensamento) Aproximações

Quando há amor, todas as divergências se deveriam dissipar na tragédia, porque o mesmo é sempre responsável pelas aproximações.