segunda-feira, dezembro 26, 2005

(Pensamento) Sensatez

A sensatez aumenta com a maturidade e com a inteligência.

Infelizmente, as duas últimas características não abundam nos tempos que correm.

Assistimos assim, ao pulsar de uma sociedade revoltada, impaciente, incapaz de pensar, egoísta, sem auto-estima ao escudar-se na aparência, debilitada nos seus valores morais, propensa ao imediatismo e incapaz de levantar o olhar para o futuro.

Assistimos ao pulsar de uma sociedade nada condescendente porque, na ânsia de singrar, cada um tenta pensar apenas em si e para si, sem perceber que o que os rodeia determina também a sua direcção.

A sensatez é mesmo o reflexo da maturidade e da inteligência.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

(Pensamento) Aparências

O Homem vive numa sociedade de aparências, na qual a preguiça de pensar é um atalho para o disparate.

Pudesse Ele, através do pensamento, perceber a essência da vida e tudo seria mais simples, mais leve e muito, muito mais bonito.

terça-feira, novembro 15, 2005

(Poema) Sempre

Vou amar-te sempre.
Sempre.
Tal como ontem, hoje e amanhã.
Sempre, meu amor.
Sempre.
Porque sei que ontem assim foi,
hoje é,
e amanhã também será.
Sempre.

terça-feira, outubro 11, 2005

(Pensamento) Às Vezes Páro

... às vezes páro. Às vezes páro, e ouço, observo, e olho. Muito, com muita atenção. Liberto por momentos a minha alma para que ela possa absorver tudo o que os meus sentidos vão sentir.

... e deixo que o que os meus sentidos recolhem, informações tão límpidas e claras, sejam processadas cá dentro sem defesas: apenas com emoção; alegria ou tristeza, raiva ou orgulho, satisfação ou frustação.

... às vezes páro. E olho para todos vós. E, invariavelmente, me recordo do que vocês eram e no que vocês se tornaram. Não por nossa obra ou por nossa causa, mas ao nosso lado, connosco. E fico feliz, muito feliz.

... às vezes páro. E também olho para mim. E fico feliz, muito feliz, quando as coisas que tanto esforço e sacrifícios me custaram, têm resultados fora de série, excelentes.

... às vezes páro. E também percebo que por vezes, por muitas voltas que dê, há soluções para determinados problemas que não consigo encontrar.

... ontem parei por momentos. Hoje também por momentos parei...

... às vezes páro. E quando páro, coincidência ou não, chego sempre ao mesmo sítio, à mesma conclusão, à mesma emoção: o orgulho, tão grande e tão forte, que sinto por todos vós, sem diferenças e excepções.

Aos meus Amigos.

sábado, setembro 24, 2005

(Pensamento) Atitudes

Na vida não contam apenas os resultados, mas também o modo como encaramos as responsabilidades. Se nelas damos, ou não, tudo por tudo.

sexta-feira, agosto 26, 2005

(Pensamento) Quem Somos

Para nós, somos tudo o que dizemos, fazemos e pensamos. No entanto, para os outros, somos apenas o que dizemos e fazemos.

Daqui nascem grandes diferenças entre o que sabemos ser e o que os outros sabem que somos.

Assim, tentemos sempre traduzir em acções e palavras aquilo que pensamos, de maneira a aproximar o mais possível estas duas visões distintas.

sexta-feira, julho 22, 2005

(Pensamento) Quando uma Criança Morre

Quando uma criança morre… morre parte da nossa beleza, da nossa pureza, da nossa sinceridade, da nossa espontaneidade, da nossa alegria, da nossa magia, do nosso optimismo, da nossa capacidade de dar, da nossa capacidade de saber viver, da nossa capacidade de aproveitar cada momento da vida, de forma plena e intensa.

Quando uma criança morre… morre também um pedaço da parte mais pura da nossa Humanidade.

Porque elas são seres humanos genuinamente puros, como nós deveríamos ser,
Porque têm uma magia infindável dentro delas, como nós deveríamos ter,
Porque são totalmente espontâneas, como nós deveríamos ser,
Porque vivem numa quase permanente alegria, como nós deveríamos viver,
Porque para elas os maus momentos são passageiros, como para nós deveriam ser,
Porque elas não têm maldade, como nós não deveríamos ter.

Quando uma criança morre… morre sempre uma parte de mim.

quinta-feira, junho 16, 2005

(Pensamento) Incapacidades

O orgulho sempre tornou as pessoas incapazes. O egoísmo, a inveja, o ciúme e a arrogância também. As defesas que o Homem se permitiu construir à sua volta não lhe deixam espaço para ser íntimo de ninguém.

Esta é a verdade.

No dia em que tivermos consciência disto, ficaremos finalmente a um pequeno passo de sermos livres.

quarta-feira, junho 15, 2005

(Infantil) O Paraíso

Um menino e uma menina que muito se amavam, decidiram um dia atravessar o deserto à procura daquilo em que ambos acreditavam: o seu Paraíso.

Sabiam que a travessia era muito difícil - havia uma caminhada interminável pelas areias quentes, um sol tórrido durante todo o dia, vento, muito vento e... nada, nada para ver.

Meteram-se a caminho com responsabilidades repartidas: ele tinha de orientar os dois pela pequena bússula que trazia consigo e ela estava responsável por dosear meticulosamente a água de que ambos dependiam.

Muitos dias passaram. Acumulavam dôr, sofrimento e muitos erros. Ele, por diversas vezes se enganou no trilho, obrigando a mais distância a percorrer e ela, vezes sem conta verteu a preciosa água.

Após uma duna, aparecia outra duna que se mostrava pelo menos tão dura como a anterior. Os erros cometidos tiveram um peso muito grande na menina que parou na subida de mais uma duna para não mais se levantar.

E disse: "Chega, não fui capaz de tomar conta da nossa água hipotecando as nossas chances de alcançar o Paraíso. Desisto."

O menino, incrédulo, dizia: "Mas eu também me enganei por diversas vezes no caminho e se isso não tivesse acontecido, a tua água teria sido suficiente!"

"Por favor!", dizia. "Levanta-te! Esta é uma luta que não tem sentido sem ti! O Paraíso é o nosso Paraíso, não o meu!". E continuou: "Por favor, acredita que vamos lá chegar!".

Mas a menina não mais se levantou, dizendo que os seus erros tinham deitado tudo a perder.

Poucas horas depois, a menina foi para o céu e o menino, destroçado, avançou os metros que faltavam para o cimo da próxima duna.

E, perante ele, lá estava o Paraíso - aquele que agora já não era de ninguém.

Conclusão:

Tenta sempre o melhor que sabes, sem nunca desistir; verás que muitas vezes o Paraíso está mesmo ao virar da esquina.

quarta-feira, maio 25, 2005

(Pensamento) Sonhos

Estou aqui, neste pouco tempo que é nosso, para continuar a construir o nosso futuro.

Estou aqui, e daqui não saio, até perceber porque estás mal.

Vou-te acompanhar nessa tua caminhada, que sei não ser fácil, lado a lado, e sempre de mão dada.

Estou aqui para te vir buscar e daqui não saio sem ti.

Vou partilhar contigo tudo o que me vai na alma e sei que com esta atitude estaremos ainda mais próximos.

A minha vida és tu, e a prová-lo estão todas as minhas acções; as palavras que constantemente te sussurro ao ouvido são apenas para to recordar.

Cheguei para ficar a teu lado. Se quiseres falar, falas, se pretenderes ficar calada, ficas. Eu estou aqui e vim para ficar.

Hoje vou-te contar tudo de bom que pensei sobre nós.

Hoje fico contigo.

Sei de tudo o que abdicaste, mas confia, nunca te irei desiludir.

Tu foste a minha luz em muitos momentos difíceis, mas sossega, eu serei sempre o teu porto seguro.

Não te abandono porque fazes parte de mim, da minha alma e do meu corpo.

Para mim, tu vales tudo, até o esforço mais doloroso.

Não tenho medo de tentar fazer algo e acabar por fazê-lo mal; sei que o que realmente admiras é o esforço dispendido.

(Pensamento) O Ideal

Ainda há pessoas que pensam que o ideal simplesmente existe, e como tal, encaram determinados aspectos da vida com a máxima "ou tudo é perfeito ou então não vale a pena".

Não partilho dessa opinião. Eu acredito que o ideal se constrói, todos os dias e com muito esforço.

quarta-feira, maio 18, 2005

(Pensamento) Alma Apaixonada

A alma apaixonada contenta-se com pouco...

Mitiga palavras fora de contexto, procura visões fugazes que lhe sirvam de alimento e aceita como seus, sorrisos para terceiros.

E assim se aguenta à espera do próximo dia...

A alma apaixonada contenta-se com muito pouco.

sábado, abril 23, 2005

(Poema) Eu Amo

Eu amo,
eu hoje amo,
mas não quero ser meio amado,
não quero ser um remédio
ou apenas uma solução.

Eu amo,
hoje amo muito,
mas não me entrego a um amor qualquer,
não quero ser um meio
ou apenas uma ilusão.

Eu amo,
hoje, amanhã e sempre,
mas não partilho de um amor sem trilho,
não quero ser só mais um
ou apenas uma sensação.

Eu amo,
eu hoje amo,
hoje amo muito,
hoje, amanhã e sempre,
eu amo.

terça-feira, março 15, 2005

(Dissertação) O Aqui e Agora

Aqui e agora... presente. Começemos por recordar o que são o passado e o futuro para chegarmos ao que define o presente.

O passado é tudo aquilo que já aconteceu, tudo aquilo que já foi e, portanto, tudo o que está morto. Por já ter acontecido, tornou-se imutável, inalterável.

A parte de nós que lida com o passado é a memória, e a memória não é mais do que o passado acumulado.

O próprio pensamento é baseado no passado. A arte de escrever baseia-se no conhecimento e, por sua vez, este representa tudo o que é conhecido. E o que é conhecido assenta apenas em tudo o que já sabemos e vivemos, no acumulado do passado que guardamos na nossa memória.

Sobre isso, pensamos, tiramos conclusões, levantamos dúvidas, questionamos e escrevemos. E, amanhã, tudo o que escrevemos pode deixar de fazer sentido porque, no entretanto, conhecemos e aprendemos mais ou, pelo menos, estamos capazes de o fazer.

Da mesma forma, quem constrói regras baseia-se no que conhece, ou seja, no passado, para as elaborar. E essas mesmas regras, porque baseadas no passado, podem ter vida curta - não se podem aplicar ao que já passou, porque é passado, e dependem do que aí vem, dos próximos acontecimentos, para continuarem ou para deixarem de fazer sentido.

Não nos deviamos basear em regras - elas são fruto do passado. Cada decisão a ser tomada, tem de ser tomada num determinado momento, fruto das circunstâncias do mesmo. E tem de ser tomada de novo a cada momento, com circunstâncias diferentes. Não há regras para isto - só os ignorantes dependem de respostas feitas por medida para tomar decisões; não precisam de ser inteligentes porque vivem agarrados ao passado.

E é bastante fácil e cómodo viver agarrado ao passado. O novo traz o desconhecido e, por arrasto, a insegurança.

Põe em causa o que sabemos até à data, coloca em perigo o que temos e faz-nos ter medo de perder o que já construimos.

O novo traz-nos o medo e o medo, por vezes, impede-nos de viver. Quem gosta de viver com certezas não está realmente a viver - está apenas agarrado ao que já conhece, ao passado, ao que está de alguma forma seguro.

É por isso que muita gente vive grande parte da vida através da memória, colada ao passado. Guardam em baús tudo o que já foi, tudo o que já morreu e acham que recordar é viver. Vivem das coisas mortas e transportam esse enorme lixo com elas.

Mas recordar é usar todo o passado que constitui a memória, não é viver. Recordar pode fazer parte da vida, tal como sonhar faz, mas não é viver.

Ainda há os que guardam todo o tipo de recordações do passado sem que, no entanto, façam uso delas. Transportam uma enorme quantidade de lixo já morto, sem aplicação alguma no que deverá ser a sua vida.

Têm uma enorme dificuldade em libertar-se do que já passou, do que está morto. Por comparação, podemos imaginar alguém que compra mobília nova, nunca se desfazendo da antiga. Não há como conciliar as duas - é perda de espaço, perda de vida, vida que deveria ser simples, leve e bela.

Quem gosta de viver com certezas não está realmente a viver - está apenas agarrado ao que já conhece, ao passado, ao que está de alguma forma seguro.

Alguns pretendem uma vida programada, algo que lhes dê a certeza de que o futuro pode resultar. E isso, na verdadeira vida não existe.

É necessária muita coragem para viver porque é preciso aceitar o novo, o desconhecido. E, como já referi, o novo e o desconhecido trazem medos e incertezas, pondo em causa o que já temos e o que já assumimos como verdadeiro.

Assim, o passado não existe e o futuro constroí-se momento a momento, no aqui e agora.

A cada momento vivido, o futuro torna-se presente e o presente torna-se passado, não tendo já alguma possibilidade de ser alterado porque já foi usado.

E esta é a verdadeira riqueza do aqui e agora: a capacidade única que detém para mudar o curso dos acontecimentos, para construir o futuro que rapidamente se tornará passado.

Nada se pode mudar no futuro. O futuro é apenas o resultado do que fazemos no aqui e agora.

Adiar para depois, não fazer hoje, não tentar hoje, não dizer hoje, não lutar hoje, dizer que se fará num outro dia tem, ao contrário do que muitos pensam, um impacto enorme e directo no futuro.

O resultado dessas ausências no aqui e agora não adia o futuro que neste preciso momento se torna presente e, pela ausência de qualquer acção, não alterou os factos passados.

Os factos passados persistem e, se forem problemas, continuarão exactamente como dantes - problemas.

E o pensamento, que é baseado no conhecimento do passado, julga no aqui e agora, no presente, pelos actos que conhece.

O aqui e agora é o único momento em que podemos alterar o futuro - não há forma de adiar e pretender ao mesmo tempo obter resultados diferentes.

No aqui e agora não há futuro. É mesmo necessário assimilar que não há futuro. O futuro é antes construído no aqui e agora, nas palavras, nos actos e nas omissões de hoje. Ele é feito com cada momento instantâneo do aqui e agora, tornando-se logo presente.

A vida é o aqui e agora. Na vida é permitido sonhar e pensar no futuro. Mas é no aqui e agora que os nossos sonhos se constroem e que o futuro que pensamos para nós se pode tornar presente.

Viver é ter a capacidade de estar no aqui e agora. Viver não é mais do que estar no aqui e agora - por isso é tão importante falar, dizer, agir, fazer, lutar, agarrar, não adiar, no aqui, agora.

E vocês, onde vivem?

terça-feira, fevereiro 22, 2005

(Poema) Lembra-te de Mim

Lembra-te de mim,
do amor que te tive,
da beleza que em ti notei,
do orgulho que senti
e das lágrimas que disfarcei.

Lembra-te de mim,
da paixão que vivi,
de tudo quanto te dei,
da desculpa que te pedi
e dos sonhos que partilhei.

Lembra-te de mim,
da saudade de te ver,
da mão que desejei,
do apelo que não ouvi
e das loucuras que te contei.

Lembra-te de mim,
dos namoros de mão dada,
da ajuda que te implorei,
do corpo que perdi
e do castelo que recusei.

E lembra-te de mim,
porque amanhã não existo,
deixo apenas simples memórias,
parecidas com pequenas histórias.

segunda-feira, janeiro 10, 2005

(Poema) Hoje Estou Leve

Hoje estou leve,
despi-me da razão e da emoção,
deixei para trás tudo o que era meu,
libertei-me de ideias e ideais,
e deixei-me levar…

Quero apenas ouvir
alguns sons a que me habituei,
aqueles que me fazem renascer,
sentir os arrepios na pele,
e sorrir quando tornar a viver.

Hoje estou leve,
larguei sonhos e ilusões,
deixei cair monstros e papões,
soltei-me da própria vida,
e deixei-me levar…

Quero apenas olhar
alguns rostos que nunca esquecerei,
aqueles que me fazem sonhar,
sentir aqueles sorrisos abertos,
e voltar a vê-los quando regressar.

Sim, hoje estou leve,
nada trago dentro de mim,
e já não me assusto,
porque a vida é mesmo assim.