quarta-feira, outubro 31, 2007

(Comentário) Tu És Tu

Tu és Tu, e pertences a uma elite humana, àquela que apenas carrega amor no coração, apesar de todas as tentações que a maldade transporta.

(Comentário) Vidas

Uma parte de mim morreu contigo e uma parte de ti vive com o que resta de mim.

(Pensamento) Diz Que Disse

O "diz que disse" nunca deixou incólume o delator e o propagador.

Normalmente, as pessoas de bom-senso, equilibradas e bem formadas catalogam-nas de igual forma: como se de abutres se tratassem, sempre com esperança sobre qualquer mal de terceiros, ajudando na maldade sempre que possível e de forma activa.

Mas esquecem-se que até os abutres são devorados pelos da sua própria espécie.

(Pensamento) Fobias

Não conheço outra forma de ultrapassar fobias que não seja enfrentá-las todos os dias e a toda a hora.

Pelo contrário, aceitá-las, só nos limita o que podemos fazer da vida e o que podemos ser na vida.

(Comentário) As Ditas Amigas

Quem quer amigas que criticam à nossa frente as suas próprias melhores amigas e que partilham connosco acontecimentos da vida das mesmas (onde certamente se pretendia descrição) de uma forma tão leviana?

Já diz o ditado que "nas costas dos outros vemos as nossas" e, hoje em dia, mulheres não venenosas são cada vez mais raras... serão problemas hormonais?

terça-feira, outubro 30, 2007

(Pensamento) Maturidade

Provavelmente nunca chegaremos à maturidade total, mas nada nos impede de, dia após dia, continuarmos na rota do seu caminho.

(Pensamento) Negócios

Há negócios que se fazem apenas uma vez na vida. E é precisamente na sua preparação e execução que necessitamos de toda a nossa concentração, cautela, audácia, poder de argumentação, destreza e inteligência. Porque são sempre acontecimentos únicos, capazes de mudar por vezes uma vida.

domingo, outubro 28, 2007

(Comentário) Graças e Desgraças

Em todo o lado há graças e desgraças...

Há graças que caem em desgraça e desgraças que até têm graça.

Há graças venenosas e desgraças honrosas.

Há graças sem nível e desgraças de fim apetecível.

Há graças de ar ridículo e desgraças de fim de capítulo.

Há graças sem pinta e desgraças aos trinta.

Há graças insuportáveis e desgraças superáveis.

Há graças para imbecis e desgraças de aprendiz.

Em todo o lado há graças e desgraças,
e desgraças até melhor que as graças,
sendo que se umas são mesmo más,
as outras acabam por ficar para trás.

sábado, outubro 27, 2007

(Comentário) Acaso

Nada acontece ao acaso. E até mesmo alguns dos acontecimentos ou dos acidentes mais graves que nos acontecem na vida, têm sempre o seu propósito.

No meu caso, foi precisamente um desses graves acidentes que me desviou de uma opção terrível, talvez pior ainda do que as sequelas com que certamente ficarei.

Assim, e apesar de tudo, agradeço a Deus e à minha estrela a 'má sorte' daquele dia.

Nada acontece mesmo ao acaso.

(Pensamento) Conquistas e Derrotas

Se uns conquistam pela educação, bom-senso, equilíbrio, sensatez e simpatia, outros saem derrotados pela avareza, precipitação, desnorte, impulsividade e acidez.

quinta-feira, outubro 25, 2007

(Poema) Segue-me

Segue-me.
E que o medo não te tome.
Eu estarei sempre aqui,
a teu lado, para eles e para ti.

Abraça-me.
E mantém quente o meu coração.
Tu conheces a força da palavra,
a luz do sonho e o poder da acção.

Segue-me.
E que nada te meta medo.
Eu domino a nossa estrada,
sei levar-te em paz, e amada.

Dá-me a tua mão.
E caminha a meu lado.
Não me deixes ao relento,
sem abrigo e abandonado.

Segue-me.
E não tenhas medo de nada.
Tu sabes que sou capaz
do sonho mais lindo e audaz.

Olha para mim.
Bem dentro da minha alma.
Tu sabes quem eu sou,
o que quero e para onde vou.

Segue-me
e abraça-me.
Dá-me a tua mão.
Olha para mim
e toma meu coração.

segunda-feira, outubro 22, 2007

(História) O Nosso Jardim

Passei novamente no nosso jardim. Naquele, onde namoramos uma única vez. Apesar de bem no centro da cidade, e de estar rodeado por centenas de viaturas em movimento, lá no meio, tudo se dissipa, e parece que acabámos de entrar num outro mundo.

Aqueles passeios de terra, aqueles canteiros, aquelas árvores, aquela relva e até os cheiros presentes, fazem-me recuar dezenas de anos e recordar uma época onde tudo acontecia bem mais devagar.

Aqui ou ali, ganho coragem e vou parando lá. Sento-me no mesmo banco onde namorámos, mas desta vez sem a tua companhia, sem a tua mão. E naquele pedaço de tempo recordo todos os nossos sonhos e todas as nossas batalhas, aquelas que nos fizeram chegar tão longe.

Apesar de hoje me fazeres tanta falta, o meu sonho contigo continua intacto. Mais claro e mais lúcido ainda. Talvez porque foi o único verdadeiro sonho que tive em toda a minha vida. Sabes que sou resistente aos maus momentos e que também sou muito persistente. E por isso eles não me largam. Porque os autorizo a viver dentro de mim, todos os dias, por um pouco.

Ali me recordo de ti, do teu rosto, do teu sorriso, do teu cabelo, das tuas mãos, da tua voz, da tua paz, do teu encanto, da tua delicadeza e da tua fragilidade. Ali me recordo da força que retiravas de mim e de como dependias da minha alegria para viver.

Findo esse tempo, volto a colocar tudo muito direitinho, na mesma caixinha, com o amor que sempre te tive. Guardo lá todas as memórias, todas as alegrias, todas as dores e sonhos, todas as lutas, comemorações e todos os momentos de intimidade que vivemos juntos.

Posso depois transformar-me no homem áspero e triste que hoje sou. Carrego comigo todas as amarguras e tristezas de já não te ter, a ti e aos teus. Muda depois o meu semblante, e muda o peso que carrego comigo. Acentuam-se novamente as rugas e os meus olhos perdem o brilho que um dia te conquistou.

E assim vivo até à próxima vez em que, por coragem, capricho ou masoquismo, me atrevo a sentar no mesmo banco, como que a teu lado, com a mesma caixinha pousada nas pernas e me decido a abri-la, deixando que todas aquelas coisas bonitas me invadam novamente a alma. Nem que por momentos apenas...

Lembras-te do nosso jardim? Bem no centro da cidade, onde namoramos uma única vez?

domingo, outubro 21, 2007

(Poema) O Beijo

O beijo,
quente e entrelaçado,
leve ao nosso toque
e todo transpirado.

O beijo,
de dois corpos despidos,
cobertos pela chuva
e por pequenos gemidos.

O beijo,
todo ele de ilusão,
pelo meio do teu corpo
e até ao teu coração.

O beijo,
entre línguas iguais,
que mesmo afastadas
se unem uma vez mais.

sexta-feira, outubro 19, 2007

(Poema) Falta-me o Ar

Falta-me o ar...
para me rir, para respirar,
para viver e para andar.

Falta-me mesmo o ar...
para sair, para acreditar,
para escolher e para passear.

Falta-me tanto o ar...
para me iludir, para procurar,
para poder ver e para sonhar.

Falta-me todo o ar...
para descontrair, para perguntar,
para sobreviver e para te olhar.

Falta-me o maldito ar.

quinta-feira, outubro 18, 2007

(Comentário) Monstros e Fantasmas

Há monstros que vivem lado a lado connosco. Pessoas capazes de agir com uma frieza e crueldade dificilmente imagináveis. Cordeiros numa outra altura, que as nuances da vida puseram a nu.

Há monstros que nos magoam com as palavras e com o silêncio. Pessoas que tudo fazem para que sintas que a tua vida não vale de nada sem elas. E vaticinam que os caminhos que escolhes agora, dão para o precipício... provavelmente apenas porque não estão lá.

Há fantasmas que não nos largam, nem quando dormimos. Porque os sonhos os devolvem vezes sem conta à nossa memória, tal como se estivessem vivos, e nos assustam, horrorizam e amedrontam outra vez.

Há fantasmas que, outrora próximos de nós, nos marcaram para sempre. E teimam em não nos deixar seguir em frente. Porque não nos querem libertar. E a cada passo dado, arrastamos um fardo pesado demais.

Há monstros e fantasmas na vida de cada um. Pesadelos autênticos.

Mas há também dentro de cada um de nós, uma poção libertadora. E hoje, o meu simples desejo é de que todos a saibam descobrir. Cada um à sua maneira. Porque ela existe mesmo.

(Dissertação) Paragens da Vida

Temos por vezes e a espaços o desejo de parar toda a nossa vida...

Paramo-la para repensar o nosso Eu, a nossa vida profissional ou a nossa relação sentimental.

Paramo-la pelo cansaço, pela desilusão, pela confusão, pelo medo ou até por nos sentirmos momentaneamente perdidos.

E se essa paragem pode parecer benéfica, há riscos que convém não esquecer.

Se sempre nos assiste o direito de parar a nossa vida, assiste o direito à vida de não parar por nossa causa (porque ela não pára mesmo) e assiste ainda o direito a outros de não ver a sua vida parada por causa da nossa paragem.

Nestes hiatos causados pela paragem de algo e movimentação do restante, criam-se buracos e vazios de informação entre ambas as partes, responsáveis por um afastamento posterior devido à ausência de partilha.

Criam-se assim desconfianças, medos, interrogatórios difíceis de fazer e por vezes de respostas contrafeitas, criam-se distâncias, dores e dificuldades pelos caminhos seguidos pela parte em movimento, cujo orgulho raramente deixa passar em claro.

As paragens de uns são muitas vezes o cemitério dos restantes, porque para esses fica para sempre a incompreenção pela falta, pelo abandono e pela ausência.

E numa vida que se pretende feita de ajuda, de complementariedade e de comunhão entre as partes, uma paragem unilateral tem quase sempre um efeito letal.

Todos sabemos que a vida é movimento. E o movimento implica direcções, caminhos, avanços e recuos, acontecimentos, conhecimentos e decisões que mudam quase sempre o quadro inicial.

Há decisões amadurecidas, decisões por intuição e decisões impensadas.

Decidir parar é muitas vezes uma decisão corajosa e outras vezes uma decisão inconsciente. Porque antes de parar torna-se necessário perceber muito bem qual o impacto dessa paragem nos terceiros que se movem e qual o impacto do movimento de terceiros em quem vai decidir parar.

Invariavelmente, todos querem parar sem arriscar perder. Mas a perda estará sempre presente, no curto ou no médio prazo, porque a vida seguiu entretanto para ambos e por caminhos diferentes.

Há mesmo riscos que convém não esquecer.

quarta-feira, outubro 17, 2007

(Comentário) Pinto-ta Outra Vez

Eu pinto-ta outra vez...
a vida que um dia te ofereci,
essa mesma que aceitaste
pensando muito antes, menos durante
e mesmo muito pouco depois.

Pinto-ta outra vez,
mas não da forma como o fiz
nem da forma como o consegui,
mas antes como sei que sou capaz.

Pinto-ta outra vez.

terça-feira, outubro 16, 2007

(Pensamento) Disputas

Quando não há riscos, perigos e medos numa disputa, não há glória nem prazer na vitória.

domingo, outubro 14, 2007

(Poema) Aqui

Aqui te espero...
e com esta solidão desespero.

Aqui te procuro...
e bato sempre no mesmo muro.

Aqui te sonho...
e me perco no que me proponho.

Aqui te desejo...
e quase morro pelo que não vejo.

Quando chegas tu?

sábado, outubro 13, 2007

(Comentário) Pessoas Ridículas

Ao longo do tempo tenho conhecido algumas pessoas ridículas. Pessoas que se julgam acima da lei, do julgamento popular, das críticas assertivas e do comum dos mortais.

Pessoas que se julgam perfeitas, no limiar da razão, intocáveis, donas da certeza, da única verdade, do poder da crítica e da força da má língua.

Pessoas que se julgam detentoras de centenas de amigos (apesar de dizerem mal de alguns nas costas sem que nada ninguém lhes pergunte), que se julgam anjos por decisão própria e dignas de orgulho e recomendação.

Mas são pessoas pequeninas, inseguras nas apreciações, precipitadas nas acções, de má índole, ciúmentas de carácter, pobres de espírito, imaturas e instáveis no que pensam sobre terceiros.

Talvez se olhassem para o espelho da alma, perdessem a sua postura petulante. E talvez a vida as vá ensinando pela perda acumulada, que por vezes nem tudo é como pensam.

Há mesmo pessoas ridículas...

quarta-feira, outubro 03, 2007

(Poema) O Teu Nome

Hoje a minha dôr tem um nome...

O nome da chuva a cair,
do sol a nascer,
do vento a soprar
e das folhas a morrer.

O nome da enorme saudade,
da triste solidão,
do buraco da amargura
e da moribunda paixão.

O nome das estrelas no céu,
do brilho do luar,
do cheiro da maresia
e das ondas do mar.

Hoje há um nome que aparece
escrito em todas as esquinas...
e como brilha mesmo sem luz
por entre escombros e ruínas.

E hoje a minha dôr tem o teu nome.