quarta-feira, outubro 06, 2004

(Infantil) Um Valioso Presente

O Rei de um belo castelo procurava marido para a sua única filha. Era um homem sábio, justo e amigo do seu povo.

Amava a sua filha e não a querendo obrigar a casar com escolha sua, apresentou-lhe três Príncipes de reinos vizinhos. Todos eles eram de sangue azul e todos tinham posses que herdaram das suas famílias.

Havia, no entanto, um problema: a Princesa estava apaixonada por um simples plebeu - não tinha sangue azul, não tinha posses e era de família humilde, mas era um homem íntegro e totalmente dedicado ao seu amor.

O Rei, ao saber do amor de sua filha, e não podendo preterir os pretendentes de sangue azul a bem do espírito de amizade com os povos vizinhos e da própria lei do seu reino, decidiu estabelecer uma prova para os três fidalgos (mostrando assim imparcialidade na escolha), incluíndo também o plebeu, tendo em conta a boa relação com o seu próprio povo.

E disse a todos:

"O que mais quero para a minha filha é alguém que se entregue de alma e coração, dedicando-se a ela e aos futuros filhos. Quem o fizer com a minha filha, falo-á também ao povo do seu novo reino."

"E porque não pretendo fazer distinção entre fidalgos e plebeus, mais ricos ou mais pobres, fica incluído na prova um plebeu em representação do meu povo - porque este reino existe porque existe povo."

"Assim, quem, em trinta dias, oferecer à minha filha a prenda que melhor represente o que mais quero para ela, ficará com a sua mão."

Desde o primeiro dia que o plebeu meteu mãos ao trabalho para acabar a sua prenda a tempo, mas tinha muitos problemas: tinha pouco dinheiro e seus pais dependiam do seu sustento, não tinha património para oferecer nem terras de cultivo, ricas em produtos. No entanto, trabalhava bem a madeira e então meteu mãos à obra.

Num único dia, o primeiro fidalgo mandou vir da India as mais belas joias, tecidos e adornos, coisa que nenhum outro reino tinha ainda visto.

Também num único dia, o segundo fidalgo escriturou em nome da filha do Rei, dez das suas mais belas propriedades.

E o terceiro fidalgo, de uma assentada, mandou colher os mais soberbos produtos das suas vastas quintas, espalhadas pelo mundo.

No final do prazo, todos se reuniram com o Rei no seu castelo e apresentaram as suas ofertas. Depois das valiosas ofertas dos fidalgos, o plebeu mostrou um placa de madeira, talhada com a sua figura, a figura da sua amada e as pequenas figuras dos filhos que sonhava ter.

O Rei decidiu dizendo:

"Dos trinta dias que dei, os três nobres fidalgos investiram apenas um para conquistar a minha filha. Pelo contrário, o plebeu investiu todos os dias no amor que sentia, ao criar com as suas próprias mãos o futuro que merece ter. A mão da minha filha a ele pertence."

A Princesa e o plebeu casaram e foram felizes para sempre.

Conclusão:

O valor de um presente está no tempo investido para o fazer ou encontrar, nunca no seu valor monetário.

Sem comentários: