Sinto-te perto, e longe. Ao mesmo tempo. Mexeste na minha vida. Retiraste-me futuro e vida porque o limbo nunca foi caminho.
Sinto-te longe, e por vezes perto.
Não percebi sequer o que podes querer de mim. Ainda.
Investes na normalidade da tua vida enquanto revolves tudo aquilo que era meu. Coloquei-me numa redoma por força de uma esperança para a qual não encontro agora sentido.
Nunca me foi fácil encontrar a peça certa, talvez pela exigência que a vida me impôs. Mas olho para ti e percebo todos os encaixes com uma clareza assustadora.
Aproximas-te, ficando longe.
E com isso me causas solidão, sofrimento e exaustão.
Nunca entendi a falta de clareza sentimental. Talvez por sempre ter sabido o que queria e procurava. Sinto-me apenas novidade numa vida estável e remediada. Para que precisas tu de mim?
Estás perto e longe. Ao mesmo tempo.
Nunca me pareceu justo conhecer para trocar. Deviamos escolher novos caminhos apenas quando sentimos que o que agora percorremos já não nos leva a lado nenhum. E na ainda possibilidade do caminho corrente, ninguém deveria optar por outro só porque pode parecer melhor.
Viver em pleno comporta riscos. Porque o pleno nos exige correcção. E a correcção obriga à escolha, sem caminhos paralelos.
Estás perto, mas sempre muito longe.
Para sorte a minha, sempre sobrevivi a qualquer tempestade, porque Deus fez de mim um resistente.
E, se assim não fosse, o que seria agora de mim?
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