segunda-feira, setembro 10, 2007

(História) Neste Banco

Hoje parei no nosso banco... naquele onde toda a cidade adormece e onde cheiros e ruídos se transformam. Nunca cheguei a perceber como é que um banco no meio de tão movimentada cidade pode oferecer tamanha privacidade.

Aqui lembrei os nossos sonhos, e a esperança de nunca nos perdermos. Pareciamos pessoas fortes e determinadas, apesar de tudo conspirar contra nós.

Tinhamos passado já por diversas provas de fogo e, uma a uma, tinhamos conseguido superá-las e seguir em frente.

Acreditava eu que, por cada obstáculo superado, o nosso amor saía mais forte e a certeza de que nos queríamos um para o outro também.

Unia-nos um sonho, um sonho de vida, comum, e uma vontade férrea de acabarmos juntos. Sempre. Fosse em que circunstância fosse.

Hoje parei no nosso banco. E hoje não mais sairia dele.

Sei que é sempre melhor viver do que sonhar, mas na falta momentânea de uma opção de vida, o sonho acaba sempre por nos preencher a alma e abraçar-nos o coração.

Sinto saudade de ter saudades. De acreditar. Até de me magoar. De saber que posso contar contigo, que nunca estou só.

Mas hoje, a vida aparece-me plena de nevoeiro e amputada de esperança. Pelo menos daquela que me levava para o teu colo. Aquele que tão poucas vezes me deste.

E hoje, neste banco, lembro-nos outra vez.

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