(Comentário) Gostava

Gostava que dessemos as mãos.
De vez.
Gostava de construir contigo o mundo que ambos sonhámos um dia.
Gostava de não te ter apenas a espaços, mas sim de forma permanente, como nos meus sonhos.
Gostava que o meu mundo fosse o teu, e o teu, também o meu.
Gostava que não mais tivesses medo, e que a insegurança do passado se transformasse na confiança do futuro.
Gostava que olhasses para mim da mesma forma que olho para ti.
Gostava que o nosso amor fosse mais forte do que todas as dificuldades que nos tentam impôr.
Gostava de ter a tua mão.
E gostava que aceitasses a minha.
Para sempre.
Gostava de te ver solta.
Do receio, da tristesa, da doença e da desilusão.
Gostava que o teu riso perdurasse ao longo dos nossos dias.
Em todos, sem excepção.
Gostava que soubesses correr.
Muito.
Porque, por vezes, não vencemos parados.
Gostava de encontar eco dentro de ti.
Mas, acima de tudo, gostava que tivéssemos coragem.
A coragem que um dia acaba por ser necessária ter para pegar ou largar.
De vez.
Eu gostava.