Não sei o nome dele, mas chamar-lhe-ia Miguel porque me lembrou o meu querido irmão...
Tinha um traço fino, os cabelos já um pouco grisalhos fruto dos 40 anos e a postura de quem um dia teve uma vida idêntica à minha.
Mas o seu olhar estava agora disperso, vagueando pelas mesas e por aquele prato que pousava à sua frente. Tinha-se perdido nas linhas da vida.
Mudou a sua sorte e mudaram também os amigos de outrora pelos amigos que agora o acompanham. Amigos de uma vida triste, de vícios e de dependências.
Conversamos um pouco e tentei tirar-lhe a vergonha de ali estar. Servi-o. E, durante aqueles longos minutos, tentei tomar conta dele da melhor forma que pude.
Estou certo de que nascemos do mesmo lado. Mas, naquela hora, encontramo-nos em lados opostos.
terça-feira, dezembro 25, 2007
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